26/05/2009

"O amor é como uma qualquer refeição: se estiver demasiado ao lume, pode queimar-se. Daí que quando se parta para uma coisa destas, se use inicialmente o lume em valores muito próximos do máximo e depois, em quase todas as receitas, se aconselhe a colocar em lume brando. Embora eu não concorde, eu sei que é assim. Daí que muitas das relações se salvem por isto, por na verdade, terem percebido que não podiam estar sempre submetidas a altas temperaturas. E assim, se safam. Ou se adiam. De tal modo que com o tempo, depois do lume brando, há relações que se encontram a alourar, que é – como toda a gente sabe – o que lhe dá o verdadeiro gosto, o sabor que só o tempo sabemos poder dar. Mas há quem não o faça e normalmente esturrique o amor. Precisamente, porque não lhe terá sentido o cheiro a queimado."
Fernando Alvim, Amor Esturricado
Maio 09

5 comentários:

Vera disse...

É que eu nem sei se concordo ou discordo. Não gosto de amores mornos mas não quero um amor queimado.

Ele da Lila disse...

Mas ainda há alguém que se dê ao trabalho de tentar regular o lume?

é amor por isso mesmo, não se regula a temperatura. o truque está em saber acender os fósforos =)

Lila* disse...

O meu piriquito anda mt inpirado:)

Lua Escondida* disse...

Eu acho que esturrica mais depressa quando está em lume brando do que nos valores máximos...mas isto só sou eu a pensar!

Ana disse...

Lá no fundo não concordo muito, mas é bom saber que o meu amor pode estar em lume brando quando eu tenho quase a certeza que está a esfriar e muito;(
Beijo