Num destes dias nós futuros advogados fomos conhecer o famoso “SPA” de Santa Cruz de Bispo.
No âmbito da nossa formação da OA fomos conhecer o Estabelecimento Prisional Feminino de Santa Cruz do Bispo. É importante conhecer o lugar para onde vão os criminosos do nosso país.
Eu já pensava que o nosso ordenamento jurídico está elaborado em favor dos arguidos mas agora meus amigos não tenho a mínima dúvida! Pois desde o pequeno furto até ao assassino mais grave têm direito a condições que um pobre sem abrigo não tem!
As senhoras reclusas não se podem queixar da vida que levam. Claro que nada compensa o facto de serem privadas da sua liberdade de circulação. Mas por alguma razão foram lá parar. No entanto têm mordomias que nem sequer usufruíam na sua vida cá fora.
Este estabelecimento é o número um em Portugal (único) no que diz respeito à qualidade das instalações: creche, escola, biblioteca, recinto desportivo com máquinas de exercícios, aulas de yoga resultante de voluntariado, mini-supermercado, actividades de expressão dramática para acompanhamento das reclusas com dificuldades cognitivas, cursos sócio-profissionais e centro de tratamento clínico onde têm ao seu dispor as mais variadas especialidades (psiquiatria, psicologia, ginecologia, clínicos gerais e dentistas). Um luxo quando a maioria da comunidade reclusa não tem estas práticas enraizadas.
O estabelecimento encontra-se dividido por alas. Uma delas está destinada às reclusas que já são ou estão prestes a ser mães, porque os filhos podem estar na sua companhia até aos seis anos.
Há uma sala de espectáculos para realizar casamentos e baptizados onde há um altar móvel. E no caso de haver um casamento são disponibilizados apartamentos dentro do estabelecimento aos jovens noivos para desfrutar da sua lua-de-mel e no qual se consta que são oferecidos champanhe e um cestinho de fruta.
Há uma sala de espectáculos para realizar casamentos e baptizados onde há um altar móvel. E no caso de haver um casamento são disponibilizados apartamentos dentro do estabelecimento aos jovens noivos para desfrutar da sua lua-de-mel e no qual se consta que são oferecidos champanhe e um cestinho de fruta.
Ao longo do ano realizam-se todo o tipo de festividades: “Tentamos ao máximo trazer o que se passa lá fora para dentro para de certa forma não se sentirem excluídas”.
Não ponho em causa que apesar da sua situação de presas não devem perder a dignidade da condição humana e não devem ver-se subtraídas dos seus direitos constitucionalmente garantidos. Não se pode cair no exagero de até há bem pouco tempo não haver instalações sanitárias nas celas e os reclusos ter de recorrer ao “balde higiénico”. Mas agora uma prisão onde até aquecimento em cada cela existe!!
Não ponho em causa que apesar da sua situação de presas não devem perder a dignidade da condição humana e não devem ver-se subtraídas dos seus direitos constitucionalmente garantidos. Não se pode cair no exagero de até há bem pouco tempo não haver instalações sanitárias nas celas e os reclusos ter de recorrer ao “balde higiénico”. Mas agora uma prisão onde até aquecimento em cada cela existe!!
Duvido que os contribuintes e até mesmo os familiares das suas vítimas fossem ficar agradados com os luxos que lhes são proporcionados.
É importante a ressocialização do recluso, procurar que uma vez cumprida a sua pena não volte a reincidir. Todavia não me parece que seja através de aulas de Yoga ou festas de S. João.
*Expressão usada pela Dr.ª para definir o estabelecimento.
5 comentários:
Eu acho que nem 8 nem 80.
Acho muito bem que a prisão não seja um lugar escuro, sem higiene, onde se transmite doenças e que as gajas andam-se todas a matar umas ás outras! Isso é muito à filme! Acho sim que devem ter alguma dignidade mas também não é preciso exagerer! Cabekeireiro, psicologo, dentista, lua de mel e afins se quiser tenho de pagar! E acredito que muitas delas estão lá a ter uma vida que nunca tiveram cá fora!
Se cometeram um crime devem pagar por ele, sim, e não viver num quadrado onde mal cabe uma cama, mas convém (digo eu) de vez em uqando lembra-las que aquilo é ma prisão!!
A parte que eu acho mais interessante é de ter uma creche para os miudos - acredito que ele não se sintam reclusos porque ninguém o ia permitir - para eles estarem com as mães. E também penso que a reintegração delas deve começar lá dentro...procurar trabalho, ter uma casa, ajudar a construir uma vida com responsabilidades para quando a liberdade chegar!
E assim ir para um spa quem não quer cometer um crime???
=D
reabilitation isn't and shouldn't be forgiveness, right? Ou sou eu que sou antiquado de mais?
Quando a prisão compensa, às tantas o crime passa a compensar também...
Sabedoria popular uma ova...
Acho que elas até se esquecem que cometeram crimes com toda essa mordomia, que não teriam se vivessem cá fora...depois, é tudo a viver á custa do subsidio de reeintegração...claro está...quem vai querer trabalhar?
País de loucos não?O bom senso não é de todo a coisa mais bem distribuida em Portugal...
Eu acho que as vitimas, directas ou indiresctas, das acções destas pessoas se devem sentir pouco justiçadas ao aperceberem-se que os reclusos estão melhor dentro do que fora da prisão. Em vez disso, penso que deveriam ser craidos postos de trabalhos nas próprias prisões de forma a que os reclusos diminuissem o encargo do Estado no que diz respeito á sua "estadia" nas prisões. Isto são pseudo-hotéis ao serviço de pessoas que cometeram crime. Tanta gente a precisar de casas e de algum apoio e ele a ser usado para isto. Enfim...
Eu acho sinceramente que esta opinião é perigosa e não deve ser partilhada: de facto, talvez a prisão não esteja a funcionar mal, mas a própria Sociedade. O ideal era que tudo isto fosse estendido à Sociedade e não que deixasse de existir na prisão...Eu lamento que grande parte dos juristas pensem assim; se é certo que, parte deles, estão a defender os direitos das vitimas, deveria também estar sempre presente nas suas mentes que os culpados, ainda que o sejam, não deixaram de ser pessoas como quaisquer outras e que, muitas ezes, os crimes que cometeram resultam da estupidez humana que cria anormais fossos e desigualdades entre as pessoas...
É triste ouvir.se dizer que "têm lá melhores condições do que cá fora"...e esta é uma opinião partilhada pelas pessoas em geral, talvez se tivessem estado lá recluidos não diriam o mesmo...
Neste post sobre a ida à prisão faltou mencionar algumas coisas: os muros altos, as grades nas janelas, o não conviver com as pessoas de quem se gosta todos os dias, não acompanhar os filhos, não dar um beijo ao marido ou à mulher quando se acorda, não ver o mar, nem fazer piqueniques, não sair quanto apetece para arejar...Estar recluidos é "levar" com isto...!e isto é suficientemente assustador para se desejar a estas pessoas mais e pior!Imaginem.se nestas condições e digam se não vos parece aterrador...E isto é uma pena suficientemente dolorosa para os individuos que quando saem reincidem porque, mais uma vez a sociedade não funcionou ao desperdiçar o tempo que lá estiveram para os reeducar socialmente.
E mais, está provado que estar preso em condiçoes deprimentes não funciona melhor do que isto; nem mesmo a pena de morte (que, muitos - e muitos jovens!(assustadoramente) - dizem "que em alguns casos até não era assim tão mau que existisse) funciona pra evitar o cometimento de crimes. E isto eu acho que todos os juristas já ouviram, pelo menos durante o seu curso ou esqueceram.se rapidamente que, por exemplo, os EUA têm das mais altas taxas de criminalidade mesmo tendo a pena de morte como ameaça!Percebem que a dureza da pena não funciona? A preisão não deve ser uma espécie de Karandiru (que, la no fundo, é o que muita gente acha que deveria ser); a prisão deve ser um pequeno microcosmos da Sociedade cuja missao é tentar ajudar aqueles que, por qualquer motivo mais ou menos iligitimo, falharam na sua condição de ser social.
Ps: não sou alguém que alguma vez estive recluido mas que, também por razoes académicas e profissionais visitei uma prisão, e lamento que ainda se pense assim. Penso que,se há liberdade de pensamento e oipinão, nos devemso expressar sempre que vemos algo que nos fere o pensamento e a visão de futuro. Enquanto pesquisava algumas coisas sobre este tema que, ultimamente anda a ser demasiado comentado encontrei isto num blog que me parece saudável, mas que não podia deixar de comentar este texto!
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