A molha das nossas vidas.

Eu e L. iríamos para a feira ver as ultimas modas e o N. e o Z. iriam jogar sueca. A combinação perfeita: nós podíamos ver tudo, porque eles não iriam andar atrás de nós todos impacientes. E eles ficariam entretidos com as cartas e no blá-blá-blá. [Sabemos bem como são os homens nas compras, podem-se não se queixar mas lá no fundo aquilo é uma seca para eles, andar de um lado para o outro, perguntar preços e mais preços e afins.]
E por uma hora e tal foi como se eu e a L. tivéssemos voltado aos tempos de universitárias, em que as segundas à tarde eram dedicadas a correr a feira de lés a lés.

Mas hoje nem tivemos muita sorte.

A feira não estava a loucura, longe dos tempos em que eu e ela saímos de lá com muitas compras. A uma dada altura até pensamos que íamos sair de lá de mãos a abanar, o que seria de todo uma anormalidade. Ainda trouxemos para casa brincos, lenços, uma camisa, mas nada de muito assinalável.

A parte pior: apanhamos a molha da nossa vida. Ninguém nos manda ir para a feira numa tarde em que o melhor é ficar em casa a namorar. Cabelos a pingar, calças todas molhadinhas (se as torcêssemos ia sair de lá agua na certa), os pés muito muito frios (as nossas sapatilhas têm buraquinhos, é certo)… resumindo: ficamos numa lástima. O S. Pedro mandou um brutal aguaceiro que nos fez passar por figuras tristes: bem que tentamos saltar as pocinhas de água, mas nada. A chuva era mais que muita, não tínhamos guarda chuva e acredito que mesmo que tivéssemos o resultado final não seria muito diferente. Não havia como fugir. Tão cedo não quero apanhar com tanta chuva e agora acho que vou ali rezar para que não fique doente.