Tempo precioso

13/10/2009

O B. tem 11 anos. Anda nos karts (o sonho dele é ser piloto de carros), anda no Inglês no Lancaster College (apesar de na escola ter aulas de Inglês), no xadrez, no ginásio, na natação e esta semana começou a frequentar aulas de bateria. Hoje a mãe dele veio perguntar-me qual seria a melhor escola de futebol aqui na zona para pôr o B. (também) no futebol. O que eu tentei fazer com que esta mãe, educadora de infância de profissão, percebesse é que o B. tem apenas 11 anos e tem de ter tempo para ele. Acaba por não se dedicar por completo a uma única coisa, porque no horário semanal dele tem montes de montes de coisas para fazer, para além da escola e há que cumprir tudo, porque a mãe assim o quer (ele adora os karts, quanto ao restante tenho as minhas dúvidas). Diz ela que quer investir na educação e no futuro dele. Tudo bem, é certo, ao menos preocupa-se com ele, mas com 11 anos é preciso que eles tenham tempo para fazer tudo aquilo que os miúdos da idade dele fazem. Viverem sobrecarregados com tudo e mais alguma coisa só lhes rouba tempo para brincar e crescer, para se esmurrarem a andar de bicicleta, etc.
No meu tempo, se bem me lembro, eu depois da escola e dos trabalhos de casa, brincava com a minha amiga imaginária e as minhas bonecas (nessa idade ainda tinha as minhas bonecas), via televisão, ajudava a minha avó nas flores quando era preciso, andava de bicicleta à volta da casa dela. Passava o meu tempo entre estas coisas e coisa nenhuma (porque não fazer nada, também é bom).

E o que é melhor: sobrecarregar os filhos, com mil e uma coisas para fazer, sobre o pretexto de estar a olhar pelo futuro dele ou deixá-los aproveitar os 11 anos, uma vez que eles lá no fundo não passam ainda de umas crianças?

2 comentários:

Vera disse...

Eu acho que é preciso encontrar um meio termo... Sempre tive actividades extra-curriculares e gostava muito delas, houve uma altura em que queria inscrever-me em mais uma e os meus pais não deixaram porque acharam que eu não iria ter tempo para tudo. Talvez tivessem razão. A minha única restrição foi mesmo a escolha, podia fazer o que quisesse desde q não baixasse as notas. Agora que penso nisso, parece-me bem!

Se o B. gostava e consegue fazer tudo isso, acho q não há problema, mas que parece muita coisa, lá isso...

Lila* disse...

LOOOL
Coitado do puto!Nos falamos imensas x sobre isso...os pais passam-se!Devem querer ocupa los p dp n terem q lhe dar atençao a noite, de tao exaustos que estao!

Mas pl menos esse tem alguma coisa...ha mt q n tem nada:(