Prós e Contras

07/09/2010

Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, afirmou esta noite, no programa Prós e Contras na RTP, que as penas dos arguidos no processo Casa Pia foram proferidas apenas para satisfazer a comunicação social, considerando-as «muito pesadas».

«São uma brutalidade estas condenações. Dezoito anos de prisão efectiva para um arguido com as características do senhor Carlos Silvino que confessou, mostrou arrependimento, que colaborou com as autoridades, é excessivo», afirmou.


[Eu queria ver se tivessem sido os filhos, sobrinhos, netos do Marinho Pinto. Coitadinho do Silvino, e do Carlos Cruz. Supostamente violaram miúdos indefesos, e ainda vão parar (antes fossem) 7 anos à prisão. E os 18 do Silvino?Que assustador! ]

Notícia daqui*

13 comentários:

Tânia disse...

Sinceramente compreendo o que ele quer dizer. já reparaste da disparidade das sentenças entre Bibi e os outros? E como Marinho Pinto diz, foi o único a confessar, a mostrar arrependimento e a colaborar.

***

Microondas disse...

@ boneca

Ele fala de condenações, no plural logo não me parece que o esteja a fazer por comparação. Mesmo por comparação Bibi não apanhou demais, foram mais de 20 anos a cometer crimes. Os outros é que apanharam pouco. Num país decente, em que os piores crimes fossem realmente punidos (e há pior do que crimes sobre crianças?) estes bandalhos apanhavam todos o dobro.

Joana disse...

até me fez sentir nauseas alguns dos comentários que alguns fizeram ontem no programa!

Domingos ribeiro disse...

vi 20 minutos do programa de ontem e fiquei enojado, como é possivel permitir que numa televisão publica se tente fazer um branqueamento de um pedofilo capaz de perpetrar um dos actos mais repugnantes possiveis, aproveitar-se das fragilidades de crianças para abusar delas, ontem senti vergonha de viver num pais onde isso é possivel

ana disse...

Eu estive a ver a palhaçada ontem. Mais umas horas de tempo de antena para Carlos Cruz.

E vi também esse senhor. Está em todas! Como já reagi noutro blogue, a quente, mesmo ontem à noite, continuo a achar que esse senhor não passa de um lambe botas e a sua presença só foi necessária para politizar o assunto. Nem corporativo foi, não defendeu lá o outro que comeu o sabão! Falou muitas vezes no Jorge Ritto.

Mas o Carlos Cruz lá teve ontem mais umas oportunidades para vender o seu peixe. E depois admira-se que o caso tenha a sua cara e o seu nome. Foi usado, agora usa. Queixa-se de quê? Mas ontem o psicólogo que estava presente, Álvaro Carvalho, disse tudo: Carlos Cruz é profissional da comunicação!

Et voilá... venha o resto do circo!

Anónimo disse...

Lila, por uma questão de ética e porque todos recorreram do julgamento, aconselho-te a retirar ou alterar a tua observação, nomeadamente sobre o apresentador de TV. Ass: Sapatilhas

ana disse...

Vai desculpar-me, Sapatilhas, mas não será justo alguém formar a sua convicção acreditando no tribunal? Eles foram acusados e condenados. Para alguém, isso pode bastar. Por isso, não vejo o porquê de uma pessoa retirar o que disse depois de uma condenação. Recorreram, sim, mas sabemos bem que muitas vezes que esse tipo de recurso nem se destina a refutar provas mas sim actos processuais. Uma espécie de ganhar na secretaria, são os recursos dos advogados.

Depois, não entendo também o porquê o «nomeadamente sobre o apresentador de TV». Não é igual aos outros no processo? Nesse caso, juntaria o Carlos Silvino. Quem nos diz que ele não foi obrigado a confessar crimes que não cometeu? Se é para pôr em causa. Parece-me que também recorreu.

Eu acho que depois da condenação, cada um é livre de formar a sua opinião. Claro, assumindo-a e as consequências dela. Mas não vejo o porquê da necessidade de ética a uma altura destas, sendo nós todos cidadãos e não estando regidos por regras de conduta processual. Eles foram acusados. Foram acusados, provadas as acusações e condenados por abuso de menores. «Nomeadamente o apresentador de TV».

The Closet disse...

Eu acho que as pessoas tem uma grande tendencia para ficar do lado da vitima e nao conseguem ser imparciais. Claro que nem consigo imaginar os horrores que as crianças abusadas sofreram e as consequencias que dai advieram para o seu futuro. No entanto nao posso ser 100% parcial pelas vitimas quando ha imensas incongruencias e atraves de factos que nos sao transmitidos pela comunicação social. Uma vez que nao tenho acesso ao processo em pleno como jurista so me ficaria mal opinar sobre o que nao tenho conhecimento de causa. Em relação à disparidade das condenações provavelmente deve-se aos crimes e factos provados. Obviamente como o Carlos Silvino confessou a maior parte dos crimes a maior parte ficou provado inflacionando a pena o mesmo nao aconteceu com os restantes arguidos. E se o MP nao conseguiu fazer o seu trabalho devidamente e provar os crimes, nao é por isso que se deve carregar nas penas porque assim a sociedade o exige.
E finalmente, com a sentença o processo é publico e nao é por haver a possibilidade da Relação modificar a decisao que nao vamos expressar a nossa opiniao.

Nao quero com isto dizer que os condenados sao inocentes ou culpados mas concordo com o que o Daniel Oliveira disse ontem: "Há incongruencias nos dois lados..." factos que nao estao muito bem explicados e para um processo que levou tantos anos a ter uma decisao, é lamentável....

Anónimo disse...

Se ainda estivesse a trabalhar na comunicação social responderia assim:
1. Todos os arguidos foram condenados excepto a SUPOSTA dona da casa de Elvas, onde ALEGADAMENTE se praticavam os crimes.
2. Pelo colectivo de juízes, os crimes foram dados como provados. No entanto, essas provas não foram lidas no julgamento, ALEGADAMENTE por falta de tempo. Ao que parece saem ou já saíram esta 4.ª feira. 3. No final do julgamento, o advogado de um dos condenados protestou e a juíza anuiu, dizendo-lhe para o fazer por escrito.
4. Será apresentado um recurso porque um dos condenados ALEGA DESCONHECER as provas que comprovam os seus crimes, nomeadamente aquele que terá sido cometido numa casa na Av. das Forças Armadas.
5. A sentença está suspensa durante os próximos 3 anos.
6. Outros processos paralelos vão nascer, devido às informações que estão e serão reveladas em sites e livros.

Quando forem revelados os nomes das figuras públicas que foram coniventes e durante anos fecharam os olhos irão compreender a revolta do apresentador de tv. São figuras públicas ligadas a vários sectores, Igreja incluída.

RESUMINDO: só daqui a 3 anos é que se pode afirmar ou escrever que fulano x cometeu ou não o crime. Até lá é imprudente fazê-lo.

Ass: sapatilhas.

Anónimo disse...

Carlos Cruz vai divulgar nomes referidos pelas testemunhas

Carlos Cruz garante que, até ao fim do mês, vai colocar no seu site cerca de 200 nomes referidos pelos alunos da Casa Pia como abusadores. Estes nomes terão sido revelados aos investigadores, durante a fase de inquérito, como alegados abusadores de menores pelos jovens casapianos.

Em entrevista ao jornal "I", o antigo apresentador de televisão afirma que da lista de figuras públicas constam um antigo Presidente da República, um antigo líder do PS, um antigo líder do PSD, um antigo líder do CDS, dois atuais líderes partidários, outros destacados políticos ligados ao CDS, atores de televisão e teatro, dois ex-futebolistas internacionais pela seleção nacional, entre muitas outras personalidades relevantes da sociedade portuguesa.

"O que estranho, é que estas pessoas, muitas delas referenciadas por alegadas vítimas e, inclusive, por indivíduos que também me acusam, nunca tenham sido sequer constituídas arguidas e interrogadas pelas autoridades. Então os testemunhos são válidos só para algumas pessoas?", acusa Carlos Cruz.

Fonte: http://aeiou.expresso.pt/carlos-cruz-vai-divulgar-nomes-referidos-pelas-testemunhas=f602497

ana disse...

Sapatilhas, acho que aqui somos todos pessoas e não jornalistas obrigados a esses «alegadamente», imposições de uma carteira. Mal ou bem, cada um forma as suas convicções. E assume as consequências delas. Eu entendo o que diz, entendo. Mas somos seres emocionais.

Eu também não sei se ele é culpado ou inocente, não sei que provas o acusaram e tenho a certeza que há muita gentinha metida no assunto que ali devia estar também. Mas pergunto-me muitas vezes: porquê o Carlos Cruz? Se nem era um homem assim tão na berra, que eu saiba não estava ligado a partido algum (que eu saiba), não mexia muito. Por ser conhecido? Quantos conhecidos há e porque teria que ser logo ele? Por não encontrar muita justificação para isso, depois da condenação feita por um colectivo de juízes que alguma fundamentação há-de ter, a coisa cheira-me mal.

Se calhar já compreenderia mais a entrada do Hugo Marçal no processo, que foi advogado primeiramente de Carlos Silvino. Uma vingança.

Agora o Carlos Cruz, não vejo razão.

Mas pronto, fico para ver. Nem que não queira, ele tem-nos obrigado a ver porque não sai da televisão e dos jornais. E com uma atitude que eu acho deplorável. Mas pronto. Isso sou eu que se me acusassem procuraria defender-me e não acusar outros.

Boa noite a todos :)

Anónimo disse...

Não custa nada mesmo nada. Por vezes falamos e escrevemos na base do hipotético. Quem tem dúvidas sobre Carlos Cruz veja os vídeos que ele colocou em:
http://www.processocarloscruz.com/
São gravações do Tribunal, reais. Visionem se faz favor. Ass: sapatilhas

ana disse...

Eu tenho acompanhado o site, vi já os vídeos. Sinceramente, é algo que me incomoda, ver a forma como tudo está exposto no site. Os comentários. Pronto, está no seu direito de ironizar com as coisas, como o acusaram. Mas também podemos questionar muita coisa naqueles vídeos do foro psicológico e tendo em conta os anos que passaram. Dá para os dois lados, penso eu. Porque também imagino que aquelas crianças ou pré-adolescentes, na altura, não vissem o mundo da mesma forma como o vêem hoje. E com certeza que uma pessoa que vai a um sítio para ser abusada, para participar em orgias, não irá com todos os seus sentidos alerta para se lembrar futuramente. E muitos anos passaram, e muita tensão podia estar ali. Isso não sabemos também.

Sinceramente, eu espero pelo acórdão. E depois vejo se a fundamentação das coisas é coerente e sólida.

Hoje vi a entrevista daquele outro rapaz que também foi abusado, o Bernardo, de quem agora não me lembro do sobrenome. Disse coisas importantes que dizem respeito a uma outra pessoa que foi retirada do processo.

Uma coisa eu sei, há muita coisa metida no meio. Muita. Para beneficiar e prejudicar vítimas e réus. E todo o mediatismo não ajudou nem ajudará.

Esperemos por sexta. Penso que é o melhor.