Angola - Visita guiada #1

21/03/2013

Angola está-me no sangue.
Os meus avós paternos viveram lá entre 1953 e 1975, passando por várias terras, um pouco por todo o território de Angola, onde nasceram 3 dos 4 filhos (entre eles o meu pai). Desde sempre me lembro de ouvir as calorosas, entusiasmadas, mas também perigosas (algumas) histórias e peripécias. Os meus avós quiseram que os netos conhecessem aqueles anos inesquecíveis da(s) sua(s) vida(s) e Angola sempre foi tema de conversa e interesse em qualquer convívio familiar. Embora nas suas histórias figurasse uma Angola completamente diferente da actual (e sempre tive consciência disso), foi aí que começou o meu fascínio por África , nomeadamente por Angola.
Há alguns anos o meu pai voltou para lá, por onde ficou até agora. Com o pai a viver em Angola surgiu a oportunidade de finalmente concretizar esse sonho.

A viagem que vou descrever-vos foi realizada na Páscoa de 2012, mas, na realidade, a sua planificação começou um ano antes, em 2011. Todas as fases foram sendo descritas neste blog...
No entanto, em 2011, eu e mano esperamos pelo visto necessário à viagem até ao dia do voo, mas não conseguimos... É um processo bastante complicado (embora agora esteja um bocadinho mais fácil) (aqui e aqui).
Em 2012 finalmente conseguimos os vistos (aqui e aqui).
No dia 28 de Março começou a viagem de 15 dias que nunca irei esquecer e que tenho a certeza de querer repetir.




1º Dia


A chegada - Luanda

1. Voo atrasado  /  2. Sobrevoando Porto/Gaia

Depois da aflição de quase perdermos o avião Lisboa-Luanda (porque o voo Porto-Lisboa se atrasou muito), esperavam-nos 8h de voo para acalmar e repor energias. Coisa que no meu caso não se verificou pois estava muito nervosa e sentia-me estranhíssima; descobri depois que seriam os efeitos do Mephaquin - medicamento para prevenção da malária; nessa nunca mais me apanham, venha de lá outra marca qualquer nem que custe 15 vezes mais (como é o caso do Malarone - 45€+45€ - que tomei no ano anterior e não provocou efeitos secundários)... pelo menos em mim o Mephaquin - 6€ - teve efeitos fortíssimos...



Após as tais 8h a rebolar na cadeira, mudar de lugar, por de pé, voltar a sentar, venha daí mais um filme... agora uma musicola para ver se embalo... e agora WC só para ver se estico as pernas... (isto enquanto os restantes passageiros dormiam profundamente), aterramos finalmente em Luanda, de manhã cedo, por volta das 6h00. Se tínhamos saído do Porto debaixo de chuva, ao chegar a Angola deparamo-nos imediatamente com o calor que se fazia sentir. Um calor diferente de todos os que já tinha sentido... E o cheiro da "terra"? Ainda hoje consigo sentí-lo...
Mais uma horita e meia "escaldante" (tudo servia de leque...) no aeroporto à espera que reconhecessem os documentos de todos os passageiros... e finalmente encontramo-nos com o pai no local de chegada dos passageiros. Confesso que tinha saudades, muitas, mas estava tão ansiosa por ver as coisas "lá fora", que mal acabaram os abracinhos e beijinhos quis sair do aeroporto e respirar aquele ar.

1 e 2. "Venda" (mercado de rua)  /  3. Taxis (carrinhas Hiace azul e branca) - algumas
chegam a levar 20 pessoas e funcionam tipo autocarro,
vão fazendo várias paragens  /  4. Estrada no centro de Luanda


A chegada a Luanda é um impacto. Há tanto trânsito e um movimento tal de pessoas, buzinadelas, motinhas, motoretas, transportes esquisitos (adulterados) que fiquei meia atordoada, confesso. Mas com o sentimento incrível de estar a descobrir algo completamente novo - para mim, claro. E os taxis?!? São tantos mas tantos... e vão a "rebentar pelas costuras".
Nas ruas/estradas de Luanda vende-se de tudo e mais alguma coisa, e artigos que nunca imaginaria. Desde tecnologia a sanitas, passando por alimentos, pneus, sofás... tudo o que consigam imaginar e algo mais além disso, certamente...
Em hora de ponta consegue demorar-se meia hora para fazer uns (poucos) metros de estrada... Quando ouvem falar que o trânsito é caótico, acreditem no que vos dizem... (se bem que andando a determinadas horas não se apanha grande trânsito...)

O resto da manhã (o pouco que sobrou depois do trânsito) foi ocupado a tratar de documentos em Luanda.

Não tenho muitas fotografias deste primeiro dia em Luanda porque, na realidade, não estávamos numa de visitar, mas sim a tentar resolver uns assuntos e, portanto, a manhã foi uma correria...



(aguardem pelos próximos capítulos...)

1 comentário:

_+*Ælitis*+_ disse...

Um primeiro texto cheio de boas esperanças, entusiasmo e grande vontade de descobrir o país. Coisas que (já) não sinto, mas que fazem bem ler.

Vou fazer share ;)